Design Afetivo

PorMaíra

Design Afetivo

Depois de tanto tempo estudando este assunto pouco comentado, tentei resumir o conteúdo que encontrei, com raros materiais disponíveis, que ainda não chegou na grade de cursos das faculdades relacionadas (o que acredito que seja apenas uma questão de tempo, assim como o Design Biofílico – estudo para utilização do ambiente natural, por meio do uso da natureza direta e indireta, de acordo com as condições que o espaço proporciona – que já se tornou uma matéria e uma profissão com especialistas).

O Design de Interiores com Memória Afetiva, também conhecido como Design Afetivo, é um conteúdo atual e antigo ao mesmo tempo, pois o conceito de viver bem surgiu na Grécia Antiga,  projetando e enxergando a essência do ser humano através dos ambientes e itens decorativos, escolhidos cuidadosamente, pois o Design Afetivo pode revelar coisas que sabemos ou até desconhecemos sobre nós mesmos. A nossa relação com os ambientes refletem muito o nosso interior e pode até ser uma via de transformação, renovação. Um espaço ganha beleza e significado, quando incentiva a relação do usuário com os elementos dispostos, pois eles se associam a sentimentos e lembranças.

Relógio antigo da família do meu marido, usado na decoração da nossa casa.

O Design Afetivo é um conteúdo raramente explorado, mas muito presente. É bem subjetivo, pouco concreto, e muito profundo, por conta da grande ligação com a psicologia. É relacionado com a afetividade, quando o morador se projeta nos objetos para que eles o lembrem o que tem de melhor em si. Em momentos que parecem que nos perdemos de nós mesmos, a decoração pode nos lembrar quem somos, de onde viemos e para onde queremos ir, equilibrando passado, presente e futuro.

Aquarela feita para decorar o cardápio do nosso casamento, hoje enquadrada e pendurada na nossa cozinha, nos trazendo ótimas recordações daquele dia.

Este movimento, que vai além de um estilo, é o oposto de uma corrente do Design de Interiores que se utiliza de uma estética mais comercial, no caso de residências que lembram “showroom” de lojas de decoração e não deixam de ter o seu valor, mas não possuem a capacidade de fazer essa ligação emocional, que promove, por exemplo, aquela sensação única de bem-estar de quando viajamos por um longo período e chegamos em casa, e a casa nos acolhe.

 

Lembrando que os objetos não necessariamente precisam ser antigos para serem uma memória, este relógio era usado na casa dos meus pais, antes de comprarem um novo, e me remete à uma fase especial da minha vida, estando hoje também na cozinha da minha residência.

 

 

 

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